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O otimismo nos países em desenvolvimento está com os dias contados?

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Recente post no blog da Harvard Business Review apresenta dados curiosos e que até causam certa estranheza no americano típico, que está acostumado a sonhar grande e sustentar o pensamento de realizações extraordinárias tendo como referência o que fazem e têm feito seus conterrâneos.

O chamado “sonho americano”, que pode ser traduzido na crença de que o otimismo, a autonomia e o trabalho árduo levam ao sucesso, perdeu um pouco seu brilho nos últimos anos nos Estados Unidos, mas parece estar bastante presente nos países em desenvolvimento.

Uma pesquisa realizada nesses países mostrou que os trabalhadores da China, Índia e América Latina estão praticando mais o “sonho americano” que os próprios criadores do termo.

Nos países em desenvolvimento, 48% dos trabalhadores são otimistas em relação ao futuro.

Já nos Estados Unidos esse percentual é de 29%. Há, ainda, outros dados contrastantes nos quais os trabalhadores de países em desenvolvimento estão à frente dos americanos, tais como: 65% planejam manter seu plano de desenvolvimento de carreira atual, contra 44%; 54% querem trabalhar em ambientes mais competitivos, contra 16%.

Esse tipo de comportamento (sonhar grande) pode acelerar o crescimento das economias e levar ao desenvolvimento econômico, mas reflete uma percepção registrada em momentos opostos, quando as economias mais desenvolvidas encontram-se em série crise econômica e as em desenvolvimento lideram o crescimento mundial.

Isso leva os jovens de países em desenvolvimento, incluindo os brasileiros, a esperar ganhar 100 vezes mais do que os seus pais, uma ambição até pouco tempo sequer discutida por aqui.

Porém, para muitos analistas e economistas, a alegria tupiniquim pode estar com os dias contados (será?).

Os dados mais recentes de crescimento econômico de ambos os grupos (países desenvolvidos e em desenvolvimento) sugerem uma possível reversão desse quadro, haja vista os Estados Unidos e alguns países europeus começarem a apresentar uma recuperação.

E, enquanto isso, o Brasil voltar a enfrentar os velhos dilemas do passado: inflação alta, baixo crescimento, aumento da restrição ao crédito etc.

Por outro lado, quando analisamos o espírito empreendedor do brasileiro e a sua vontade de fazer acontecer, dados econômicos parecem não fazer tanto efeito na sua disposição de realização.

Empreendedores identificam oportunidades em diferentes cenários econômicos. Por isso, alguns prosperam mesmo em tempos de crise. Se a recente janela de oportunidade de crescimento mais sustentável da economia brasileira parece ter se fechado, isso não significa que novas janelas não se abrirão.

A diferença entre empreender agora e esperar o próximo momento de bonança está na disposição do empreendedor em analisar mais minuciosamente o cenário atual e calcular com mais clareza os riscos.

Suas chances de sucesso não necessariamente aumentarão em um cenário mais otimista, pois nesses casos o empreendedor com certeza terá uma concorrência mais acirrada e outros problemas para resolver, ou seja, independente do cenário, haverá desafios a vencer.

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