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Brasileiros que fazem MBA são menos propensos a empreender

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Uma pesquisa da Universum, instituição baseada em Nova Iorque, com 135 mil estudantes de MBA (mestrado em administração de empresas) no mundo identificou que os indianos, ingleses, mexicanos e russos são os mais propensos a criar uma startup ou trabalhar em uma quando concluírem o MBA.

Os americanos e os brasileiros ficaram na 16º e 17º posição, respectivamente, num total de 23 países participantes do estudo.

Segundo os autores do estudo, no caso dos americanos, isso ocorre porque quem faz um curso de MBA tem mais ofertas de emprego em grandes empresas e ainda precisa pagar o financiamento que contraiu para pagar o curso, que geralmente demanda grande investimento dos estudantes e suas famílias.

Por isso, muitos preferem primeiro pagar as contas e depois se aventurar, se for o caso, com o negócio próprio.

A análise pode até fazer sentido, mas contraria o histórico espírito empreendedor do americano.

Por outro lado, ao se observar que os indianos estão à frente de todos os demais, pode-se perguntar se as ofertas de emprego na Índia são mais escassas, mesmo para os que fazem MBA, ou se de fato esses estudantes pretendem criar um negócio próprio porque o perfil dos indianos é de um povo mais empreendedor que a média.

A segunda opção parece não ser ratificada pela maioria das pesquisas realizadas mundialmente, mas é difícil chegar a uma conclusão definitiva.

No caso do Brasil, pesquisas de fontes distintas apontam o notável espírito empreendedor do brasileiro, seja ele jovem (ex.: até os 30 anos), adulto (ex.: entre 30 e 55 anos) ou mesmo aqueles que pensam no pós-carreira, ou seja, em atividades por conta própria após a aposentadoria como funcionário.

Eu sempre faço uma pergunta parecida com meus alunos de MBA na USP e na FIA em São Paulo, perguntando quem pretende montar o próprio negócio.

Geralmente, obtenho respostas ecléticas, mas diria que a maioria quer montar um negócio próprio, porém, não logo após concluir o curso de MBA.

E uma das explicações para esse resultado é justamente a prioridade que os alunos atribuem ao desenvolvimento profissional na carreira como executivo, pagar a conta do MBA (que muitas vezes é compartilhada pela empresa onde o estudante trabalha) e, após 5 a 10 anos, se envolver com o negócio próprio.

Por outro lado, quando faço palestras para jovens estudantes de graduação em várias cidades no Brasil o resultado é diferente: a grande maioria imagina estar envolvida com o negócio próprio ou trabalhar em uma empresa startup logo ao concluir a faculdade.

Talvez o perfil do jovem de hoje esteja mais ligado à ousadia típica do empreendedor, ou ainda, a falta de experiência pode levar esse mesmo jovem a acreditar que a carreira empreendedora é mais interessante que a carreira como executivo em uma grande empresa.

O fato é que quando se é jovem, em tese pode-se arriscar mais e, com isso, talvez mais oportunidades de negócio podem ser identificadas e capturadas…

E você, o que pensa a respeito?

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