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E você achava que nos finais de semana seria feliz

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Pessoas com alto nível de educação formal têm um nível de satisfação pessoal alto durante os dias de semana, quando trabalham, mas deixam de estar tão bem quando chega o final de semana.

Parece estranho, mas esse dado é resultado de uma pesquisa liderada por Wofgang Maennig da Universidade de Hamburgo. O público-alvo da pesquisa foram os alemães. Será que no Brasil o resultado seria similar?

A explicação para uma menor satisfação de viver durante o final de semana, segundo o autor do estudo, é que as pessoas ficam estressadas prevendo o que será a próxima semana de trabalho.

Porém, quando o estudo foi feito com pessoas com baixo nível de educação formal o resultado foi diferente. Homens nessa categoria mantêm o mesmo nível de satisfação pessoal durante toda a semana.

Já as mulheres atingem o pico de satisfação nas terças-feiras, mas também têm o menor nível de satisfação nos finais de semana.

No mínimo, os resultados são inusitados pois, mundialmente, a máxima “obrigado senhor, hoje é sexta” é dita nos locais de trabalho justamente por representar que falta pouco tempo para a libertação e para a gente fazer o que gosta, sem se preocupar com regras, horários etc.

Pelo menos na Alemanha não é o que está acontecendo. Muitos podem argumentar que os europeus ainda estão em crise e se preocupam em não perder o emprego. De fato, é um bom argumento, mas não tem nada que comprove esta tese no estudo citado.

Já o fato de se ter maior educação formal também leva o ser humano a uma maior preocupação é paradoxal. Seria algo similar a falar que dinheiro não traz felicidade, mas neste caso a máxima mudaria para educação não traz felicidade.

É no mínimo negar tudo o que a sociedade defende como premissa para a evolução do ser humano…

E no Brasil, será que estes dados se repetiriam? Eu tenho a impressão que não, pelo menos no cenário atual. Aparentemente, os brasileiros estão mais resolvidos no quesito felicidade e buscam curtir o final de semana.

É o que mostram outras pesquisas que tratam da felicidade geral do ser humano, onde o Brasil sempre se destaca entre as nações que possuem uma das populações mais felizes.

Uma exceção que eu diria não é tão rara assim ocorre com os empreendedores. Na verdade, não é que estejam menos felizes nos finais de semana, é o fato de não se desligarem nunca.

Eles/elas ficam antenados o tempo todo. O estresse causado por tal comportamento, no longo prazo, pode ser prejudicial.

A nova geração de empreendedores, ou seja, os mais jovens, parecem estar convivendo bem com o desafio do equilíbrio entre trabalho e qualidade de vida.

Porém, no Brasil, apesar de os percalços recentes da economia, ainda estamos com boa oferta de trabalho e emprego e com grandes oportunidades para os empreendedores.

Será que em um cenário diferente, com horizontes não muito claros para o futuro próximo, o comportamento alemão não estaria mais presente por aqui?

São hipóteses e ideias para fazer pensar a respeito do que queremos na vida e do desafio que cada um tem em equilibrar trabalho, lazer, família, ou seja, a vida como um todo.

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