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Brasil tem recorde de empreendedores, mas há muitas barreiras para crescer.

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Que o brasileiro quer empreender e ser dono do próprio nariz, já não é novidade. O número recorde de empreendedores individuais comprova isso. Mas o que explica nosso país não aproveitar esta pujança empreendedora para melhorar o seu desenvolvimento econômico?

Recente pesquisa divulgada pela Data Popular mostrou que 28% dos brasileiros querem ser donos do próprio negócio. É um contingente de quase 40 milhões de pessoas, ou seja, seria muita empresa criada caso essas pessoas, de fato, estivessem à frente do negócio próprio.

Os dados mostram ainda que 78% destas pessoas estão se preparando para criar a empresa; 38% estão pesquisando o setor; 28% poupando para investir no negócio e 12% se preparando através de cursos e treinamentos.

Condizente com esses dados, o país atingiu a marca expressiva de 5 milhões de empreendedores individuais – aqueles que formalizam sua empresa e/ou criam um negócio com até um funcionário e faturamento de até R$ 60 mil ao ano.

Porém, mesmo com tantos empreendedores, o país patina no desenvolvimento econômico. Tenho falado aqui que a falta de inovação ainda é um fator limitador ao crescimento das empresas brasileiras, mas há também o pano de fundo perverso de tributações e regras excessivas.

O empreendedor brasileiro, seja ele individual ou não, tem inúmeras limitações ou empecilhos que o fazem desviar o foco do negócio para atender às demandas de arrecadação e documentos exigidos pelos entes públicos.

Os negócios e seus empreendedores não são estimulados a crescer. Um exemplo recente que acompanhei de perto foi a criação de uma empresa varejista com uma proposta inovadora de venda de produtos e bebidas.

Os empreendedores conseguiram apresentar o plano de negócios a investidores de sua rede de contatos e tiveram mais interessados em investir que cotas disponíveis – algo raro, ainda mais no momento atual.

Mesmo assim, ao tentarem criar a estruturação jurídica da empresa, seguindo a legislação brasileira, não foi possível uma estrutura simples que envolvesse os investidores e os empreendedores, tendo como premissa a empresa aderindo ao Simples Nacional.

Com isso, a empresa foi criada de maneira mais onerosa aos empreendedores e pagará mais impostos, ou seja, já inicia com uma penalização criada pelo sistema burocrático brasileiro.

As perspectivas, no entanto, são positivas. Isso porque há entidades de classe e inclusive alguns representantes da classe política propondo melhores condições aos empreendedores.

Apesar dos problemas apresentados, os empreendedores precisam ser otimistas, pois eles são o grande protagonista do nosso desenvolvimento. E todos (será?) sabemos que o país só tem a ganhar com mais empreendedores bem-sucedidos.

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