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Criatividade no tempo livre atinge pico aos 51 anos

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Muitas empresas demandam dos funcionários recém-contratados ou dos que já são colaboradores de longa data vários atributos e atitudes, com o objetivo de se sustentarem em posições de liderança no mercado ou conquistarem tal posto.

Comportamento empreendedor, ousadia, espírito inovador e, claro, criatividade, são sempre características desejadas dos funcionários. Quando o tema é criatividade, há vários estudos que mostram se tratar de um comportamento que pode ser incentivado, mas também que pode ser inibido, dependendo do ambiente corporativo.

Um estudo liderado há alguns anos pelo pesquisador Lee Davis, da Copenhagen Business School, na Dinamarca, concluiu que a maioria dos funcionários atinge o seu pico de criatividade aos 51 anos. E há uma razão para isso.

Ao estudar milhares de patentes europeias, os pesquisadores identificaram que os envolvidos com as invenções, com o passar do tempo, tendem a se dedicar mais a atribuições de gestão do que de pesquisa, restringindo o tempo para pensar em inovações apenas quando não estão atolados de trabalho no dia a dia.

Como esse tempo livre praticamente não existe durante as horas normais de trabalho diário, as ideias criativas surgem quando os funcionários estão desenvolvendo outras atividades até fora da empresa, durante o banho, por exemplo.

A questão da dedicação dos funcionários às atribuições de curto prazo de maneira excessiva está na pauta das empresas nos dias atuais, mas poucas conseguem, de fato, criar um ambiente pró-inovação e de estímulo à criatividade, pois, para isso, precisariam preterir as pressões pelos resultados de curto prazo.

A Empreende tem realizado ao longo dos últimos anos uma pesquisa com dezenas de empresas brasileiras de grande porte e identificou que, na maioria, os funcionários reclamam de falta de tempo para se dedicar aos projetos novos, para pensar em inovação e para deixar a criatividade aflorar.

E isso ocorre em empresas que são referência em seus setores e até reconhecidamente inovadoras.

Algumas soluções encontradas para tentar evitar essa armadilha esbarram na cultura corporativa e no medo da falha ou de aceitar o risco. Empresas com cultura empreendedora não só estimulam seus funcionários a pensar criativamente, mas principalmente a implementar o que pensaram ou criaram.

Esse é o grande desafio, já que, na maioria dos casos, as empresas têm a pressão dos resultados imediatos, que são obtidos pelas soluções atuais e não pelas novidades.

Já a questão do pico de criatividade aos 51 anos está muito mais relacionada à atribuição do funcionário na empresa, que ao comportamento criativo. Há pessoas muito criativas acima dos 60 anos, por exemplo.

O fato é que se você se considera criativo ou valoriza a criatividade e pensa em uma carreira duradoura como funcionário em uma grande empresa, deve ficar atento aos estímulos, incentivos e também às barreiras que a empresa cria para os pré-dispostos a ser criativos.

Se com o passar do tempo em uma empresa você perceber que sua criatividade está sendo ceifada e não tem mais tempo para pensar livremente, é hora de repensar se não vale a pena mudar de lugar, de área, ou mesmo de emprego.

O desafio não será simples de equacionar, pois são raras as empresas que conseguem de fato criar um ambiente de estímulo à criatividade.

Essa é uma das razões que levam tantas pessoas a pensar no próprio negócio. Porém, para evitar a armadilha de falta de tempo para as ideias criativas em sua própria empresa, a cultura pró-inovação deve ser moldada desde o início e você precisa liderar esse processo.

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