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Como lidar com a nova geração de executivos empreendedores

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As empresas de médio e grande porte estão em busca de uma solução para atrair e reter os jovens talentos.

Elas perceberam que os atributos oferecidos no passado (salário competitivo, ambiente de trabalho desafiador, bônus e demais prêmios por desempenho, crescimento rápido e cargos de direção etc.) não são suficientes.

Será que essa solução existe?

O fato é que não há solução mágica. Os jovens executivos de hoje não enxergam mais a carreira corporativa como os do passado.

No passado, o executivo promissor era muito valorizado e admirado por trabalhar horas e horas a fio, comprometer toda a sua semana à empresa, preterir horas de lazer e, ainda que inconscientemente, deixar a família em segundo plano.

O argumento era que tudo valerá a pena para construir um futuro seguro para si e os seus.

Com isso, a dedicação ao trabalho passava a ser quase 100%, tudo em prol da carreira e do desenvolvimento rápido na empresa.

Esses executivos não raramente atingiram o sucesso na carreira, tiveram filhos e construíram famílias aparentemente estáveis e felizes. Mas a aparência parece não se refletir na realidade de muitos deles, já que seus filhos cresceram sem um contato estreito com os pais.

Tudo em prol do futuro grandioso que estava sendo construído para a família. Essa mesma família, em muitos casos, deteriorou-se, casamentos foram desfeitos e os filhos foram as grandes testemunhas desse processo.

Claro que houve e sempre haverá exceções…

Os filhos do passado são agora os construtores de novas famílias e parecem, de fato, não querer seguir os mesmos passos dos pais. Eles preferem qualidade de vida, tempo com a família, ambiente de trabalho que não seja tão estressante, mas não menos desafiador.

E isso contraria os objetivos das empresas, pois essas sempre têm a pressão dos resultados rápidos, de crescer continuamente e, para isso, precisam de gente querendo fazer acontecer.

Essa gente que quer fazer acontecer existe, em grande quantidade, mas são os novos jovens empreendedores do próprio negócio. Eles preferem construir o próprio caminho, com autonomia, sem deixar de lado o que mais valorizam.

Trata-se de um desafio que ainda está longe de ser superado pelas médias e grandes empresas. Na verdade, essas empresas precisam desenvolver uma cultura empreendedora que permita os jovens ter mais autonomia, assumir riscos, compartilhar os resultados, sentir-se donos, ter tempo para si e não apenas para o negócio.

A falta de soluções mágicas no mundo corporativo para atender tais demandas talvez explique o porquê da maioria dos jovens contemporâneos pensar no negócio próprio como um caminho a ser seguido cada vez mais cedo na vida.

O problema é que muitos desses jovens, geralmente sem experiência, precisarão aprender com os erros na própria empresa e talvez não estejam preparados para o insucesso precoce.

Por outro lado, a sensação de liberdade e a vontade de se fazer o que se gosta parecem não ter preço ou carreira corporativa que propiciem hoje em dia. O futuro mostrará as consequências dessa tendência que veio para ficar.

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