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Premiação a executivos não é boa para empresas; entenda as razões

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Não é incomum executivos do alto escalão que atingem performances relevantes serem premiados por suas empresas, por seus pares em instituições de classe e até em eventos com fins sociais. Mas esse afago no ego pode ser prejudicial às empresas.

Uma pesquisa conduzida por Ulrike Malmendier e Geoffrey Tate mostrou que empresas geridas por CEOs (chief executive officers) que tenham sido premiados acabam por ter significante declínio no preço das ações e retorno sobre os ativos. Além disso, essas empresas encontram dificuldades em ganhar participação de mercado nos três anos seguintes a tais premiações.

Após o CEO ser premiado, ele acaba dedicando muito tempo a atividades que aumentem ainda mais seu prestígio. Essa atitude, comum entre os CEOs premiados, pode distrai-los de sua principal função, que é liderar a equipe para atingir mais resultados. Os pesquisadores identificaram ainda que a probabilidade do CEO premiado escrever um livro praticamente dobra após tais premiações.

Apesar dos dados serem relatados para o contexto norte-americano, onde é comum executivos e empreendedores serem premiados em suas comunidades, isso pode ocorrer com executivos de qualquer país, inclusive daqui.

Uma possível e quase evidente explicação para tais achados é que todo mundo gosta de ser reconhecido por seus esforços bem-sucedidos, mas talvez para alguns isso infle demais o ego, o que também não é incomum no caso dos empreendedores.

Trazendo para a realidade do empreendedor do próprio negócio, é sabido que leva algum tempo para que uma empresa atinja resultados relevantes e possa ser considerada um negócio de sucesso.

Premiar é uma maneira já comprovada de reconhecer e motivar, mas massagear o ego em excesso pode ser mais prejudicial que benéfico não só à empresa, mas ao próprio profissional. A pergunta que fica é como evitar o efeito colateral da premiação.

Por outro lado, as pessoas que atingem resultados relevantes como gestores talvez tenham chegado ao pico de suas possibilidades e, naturalmente, o próximo ciclo pode ser de resultados menos convidativos.

Será que os executivos de alta performance não deveriam buscar novos desafios ao invés de continuar a gerir algo que já dominam?

Intuitivamente, os empreendedores mais experientes já fazem isso ao criar novos projetos e negócios após grandes sucessos, mesmo sabendo que há riscos na empreitada.

O curioso é que muita gente acaba por rotular tal atividade de maluca, uma vez que muitos começam do zero em novas iniciativas, dando a cara para bater e nem sempre conseguindo o mesmo sucesso do passado.

Mas essa é a natureza do espirito empreendedor, a busca pelo novo, pelo diferente, pelo desafio de sair de uma situação de conforto e tentar vislumbrar novos horizontes.

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