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Brasil assiste à nova febre de empresas pontocom

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Tudo era maravilhoso e sem limites no mundo das pontocom (empresas baseadas na Internet) na segunda metade da década de 1990 até o fatídico 11 de março de 2000, que ficou conhecido como o estouro da bolha das empresas pontocom na Nasdaq (bolsa de valores de empresas de tecnologia nos Estados Unidos).

Já faz parte da história, mas seu impacto e as consequências para o empreendedorismo da nova economia ainda permanecerão por muitos anos. No primeiro auge das pontocom (1999-2000), o sonho de muitos jovens era alcançar a aposentadoria com menos de 30 anos de idade, ganhando muito dinheiro e curtindo a vida.

Isso tudo foi motivado pelos constantes “casos de sucesso” de jovens empreendedores americanos que criaram um site na garagem de casa e, em menos de um ano, mudaram de vida, ou melhor, tornaram-se empreendedores no papel, com muitas ações de empresas com valores de mercado extraordinários, mas em muitos casos sem um único centavo de receita.

Esta explosão da Internet nos Estados Unidos ocorreu também no Brasil, com a imprensa sempre mostrando jovens “empreendedores” como sinônimo de sucesso nos negócios.

Desde aquela época questionava-se: será que a história é tão simples assim? Basta criar um site, as pessoas acessarem, e vender uma participação do negócio a capitalistas de risco interessados por empresas pontocom?

O sinônimo de sucesso era conseguir o dinheiro do capitalista de risco. E o resto? Quem vai tornar a empresa lucrativa? Infelizmente, para muitos oportunistas, esse foi o principal objetivo: conseguir captar o dinheiro inicial, depois alguém pensa se a empresa vai crescer ou não.

Mas isso mudou rapidamente e os casos de fracasso se multiplicaram ao longo da última década…

Novas empresas agora surgem com objetivo financeiro claro

Atualmente, há uma nova febre das empresas pontocom no Brasil e diariamente se vê na mídia o surgimento de sites propondo novas redes sociais e, principalmente, focados em e-commerce de nicho.

Por trás destes sites há jovens ambiciosos e que, em muitos casos, estavam na adolescência (ou ainda eram crianças) durante a crise das pontocom dos anos 2000. A diferença agora é que vemos empresas sendo criadas de novo em garagens, mas com objetivo financeiro claro e faturando milhares de reais nos primeiros meses.

Tudo isso se deve a dois componentes principais: o mercado está demandando soluções inovadoras e consome qualquer novidade que aparece; os empreendedores parecem estar mais preparados que no passado e sabem que se não tiverem um plano de negócios que mostre claramente suas fontes de receita não conseguirão atrair os capitalistas para investirem no negócio.

A ideia de ficar rico rápido, vendendo a empresa para outras maiores ou ainda recebendo novos aportes de capital, ainda existe, mas as bases parecem mais sólidas agora. É claro que muitos negócios não conseguirão sobreviver e perderão espaço para os concorrentes, que são muitos.

Jovens executivos precisam estar preparados para solidificar negócios

As barreiras de entrada nesse mercado são pequenas e praticamente se resumem a conseguir capital rápido e ter uma equipe que saiba fazer a empresa se tornar conhecida, atraindo uma boa base de consumidores o quanto antes.

Ainda estamos vivenciando a fase inicial deste novo movimento pontocom no Brasil. Resta saber se os jovens executivos estarão preparados para transformar estes negócios de rápido crescimento em grandes empresas sólidas para competir não só por aqui, mas internacionalmente.

Esta é uma necessidade que ainda precisa ser suprida no Brasil e os novos empreendedores precisam pensar grande se querem ser protagonistas mundiais. Ambição esta nova geração tem demonstrado que possui. Esperemos os próximos capítulos desta história para ver os resultados.

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