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Amantes do risco falham mais nos negócios

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Há um mito muito difundido de que os empreendedores devem arriscar e que os empreendedores mais bem sucedidos são amantes do risco. Porém, vários estudos já demonstraram que o ato de arriscar pode ser mais prejudicial que benéfico ao futuro de um negócio.

Um desses estudos buscou testar a hipótese se pessoas mais tolerantes ao risco são mais propensas a se tornar donas do próprio negócio e de ter mais retorno com isso. O resultado encontrado mostrou algo contrário: que quem tende a arriscar acaba por obter resultados menos interessantes nos seus negócios.

Parece contraditório com a teoria clássica do empreendedorismo inovador e de fato é, pois a análise envolveu um universo considerável de pessoas e de negócios de todos os tipos e portes.

Nesses casos, era de se esperar que os chamados negócios estilo de vida, simples, pouco inovadores e nos quais os empreendedores arriscam menos, tendem a sobreviver por mais tempo, mas sempre em situações limítrofes de desempenho, porém não com desempenho superior.

Mas não foi o que constataram os pesquisadores Hans K. Hvide da University of Bergen na Noruega e Georgios A. Panos da University of Stirling no Reino Unido ao pesquisarem dados de investimento de 400 mil noruegueses.

Eles encontraram que aqueles que investiram em ações –que se trata de um investimento de maior risco que a poupança, por exemplo,– têm 50% mais probabilidade de se tornar donos do próprio negócio.

E as empresas iniciadas por essas pessoas, por outro lado, obtêm desempenho em vendas 25% inferior e 15% menos retorno sobre os ativos que aquelas firmas criadas por pessoas menos tolerantes ao risco.

Os pesquisadores consideraram que isso provavelmente ocorre devido ao fato das pessoas que aceitam o risco também estarem dispostas a um retorno menor, sabendo que isso pode ocorrer quando se arrisca mais.

Mas quais os aprendizados podemos tirar dessa pesquisa? Que não se deve arriscar nos negócios? Não necessariamente. O que se deve buscar, ao empreender, é tentar entender o risco atrelado à iniciativa e buscar mitigar os fatores que podem levar o negócio ao insucesso.

Isso se faz com pesquisa, levantamento de informação e preparo do empreendedor. Aqueles que atuam apenas com base no próprio feeling correm riscos maiores e às vezes desnecessários.

Por outro lado, empreendedores que arriscam pouco podem perder grandes oportunidades de negócio. Nota-se que arriscar faz parte do processo empreendedor, mas depende do empreendedor dosar o nível de risco que está disposto a aceitar e, com isso, aumentar suas chances de sucesso ou arcar com as consequências do fracasso.

E você, é mais tolerante ao risco ou prefere cenários mais claros e previsíveis? Lembre-se que não há certo ou errado, mas dependendo do momento e da janela da oportunidade apresentada, a aversão ou a tolerância ao risco podem definir o futuro de sua empresa.

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